O “IV Seminário de Biopolíticas e Mulheres Negras” foi promovido pelo Ministério Público com o apoio do Shopping da Bahia e trouxe a proposta de discutir e avaliar as questões raciais e de gênero, diretamente ligadas às temáticas da violência doméstica, do feminicídio e do extermínio da juventude negra.
A abertura do seminário aconteceu no dia 25 de julho, marcando o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. No primeiro dia aconteceu o “Bate Papo das Pretas”, uma roda de conversa conduzida pela promotora de Justiça Lívia Vaz, pelas escritoras Joice Berth e Kiusam Oliveira e a professora Marcélia.
Já no segundo dia de evento, a diretora executiva do Instituto Iris, Lila Lopes, apresentou o Instituto Iris para a plateia e falou sobre a segunda edição do projeto ORI SETRE, que agora estará voltado para o surgimento de uma nova rede de jovens negros habilitados para potencializar a economia da cultura afro-brasileira.
A segunda edição do ORI SETRE, terá como objetivo enriquecer o mercado cultural negro e o empreendedorismo na Bahia, combatendo a desigualdade cultural com um programa de formação de viés estratégico. Na edição 2019 serão 250 jovens distribuídos nas cidades de Feira de Santana, Salvador, Camaçari, Simões Filho e Lauro de Freitas. A diretora executiva, terminou ainda falando sobre o POJE, um projeto voltado para jovens que ainda não ingressaram na universidade.
Além da participação do Instituto Iris, o segundo dia de seminário contou ainda com quatro mesas de debates. A doutora em biomedicina Joilda Nery falou sobre ‘as doenças negligenciadas e da pobreza têm cor’, a enfermeira Emanuelle Góes abordou ‘justiça reprodutiva e mulheres negras’, e a transativista e doutora em Saúde Coletiva e Filosofia, professora Fran Demétrio tratou dos ‘impactos do racismo na saúde de mulheres trans negras’.
A professora Denise Carrascosa falou sobre ‘feminicídio e prisão’; a historiadora Luciana da Cruz Brito explanou sobre ‘mulheres negras e estratégias para sobreviver ao racismo’; e a pró-reitora para políticas afirmativas da Universidade Federal do Recôncavo Dyane Brito descreveu a ‘trajetória das mulheres cotistas negras’.
Já na última mesa do evento, a cantora e compositora Juliana Ribeiro abordou o tema ‘lugar de mulher é onde ela quiser: o deslocamento do lugar feminino’ e a escritora Kiusam Oliveira falou sobre ‘literatura negra-brasileira do encantamento’. O encontro ainda contou com diversas intervenções culturais de artistas e coletivos de mulheres negras.