Para refletir sobre políticas de inclusão social e provocar o debate com entes da federação, o Banco Mundial lançou em 5 de julho, no Espaço Cultural da Barroquinha, em Salvador, um relatório sobre os afrodescendentes na América Latina. O Instituto Iris esteve presente no evento que contou com a participação de gestores, pesquisadores, profissionais e atores sociais que debateram e trocaram informações acerca da pesquisa.
O relatório foi um passo importante para compreender melhor a situação vivida pelos afrodescendentes e para ajudar a direcionar os países rumo à inclusão social e econômica na América Latina.
Um a cada quatro latino-americanos considera-se afrodescendente e juntos representam cerca de 133 milhões de pessoas, que apesar dos fortes avanços no reconhecimento do grupo e na redução da pobreza, o relatório “Afrodescendentes na América Latina – Rumo a um marco de inclusão”, aponta que ainda falta muito para eliminar as barreiras estruturais que impedem a inclusão social e econômica completa desta população.
Constituindo parte desproporcionalmente alta dos mais pobres, os afrodescendentes tem mais chances de viver na pobreza crônica que os brancos e mestiços. Juntando as populações do Brasil, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Uruguai, o grupo representa 38% da população total, mas são 50% dos que vivem na pobreza extrema. Os afrodescendentes também são os que têm menos anos de escolarização, passam mais vezes pelo desemprego e possuem pouca representação nos cargos de decisão, tanto na esfera pública quanto na privada.
Para o Banco Mundial é preciso haver a diminuição da desigualdade, melhorando as oportunidades e o acesso a mercados e serviços para os grupos excluídos, respeitando suas visões e aspirações. Uma vez que os afrodescendentes são uma população heterogênea, as políticas devem ser construídas levando em consideração as condições específicas de cada país e sub-região.