Tolerância, Afeto e Criatividade como Indicadores Sociais, por Ludmille Wilmot

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Salvador, Novembro 2015.

Indicadores sociais como (Tolerância, Afeto), que educadores do Instituto Iris constatam em seu cotidiano de trabalho, atestando a necessidade de promover elos que favoreçam a diminuição do racismo e do preconceito em seus campos de trabalho. A importância do conhecimento sociológico no cotidiano de um educador social do Instituto Iris.

A Tolerância, do latim: tolerare é sinônimo de suportar ou aceitar.

Existem coisas que toleramos por suportar como existem coisas que toleramos por aceitar.

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Existem coisas que nos afetam porque suportamos ou aceitamos A tolerância é um ato de indulgência perante algo que não se quer ou não se pode impedir.

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A tolerância é uma atitude fundamental para quem vive em sociedade.Vivemos em uma sociedade emergente que possui  indícios precursores mostrando o que chamamos de Cultura dos sentimentos e afeto emocional social, pois, os sentimentos prevalecem o culto do objeto, a da imagem. Os sentimentos substituem as convicções. Em nossa sociedade contemporânea a noção de tolerância quando somos educadores sociais, pesquisadores em ciências da humanidade até mesmo como simples cidadãos devemos observar os atos de intolerância que podem exercer uma atitude negativa quando nos confrontamos com incivilidades em nosso campo de trabalho. Sabemos que esses atos afetam a qualidade de trabalho e dificulta em manter o ambiente eficiente.

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O que vivo com os outros aqui e agora, o que vivi com os outros se transforma em um Saber incorporado. Nós como educadores Temos a intuição de como esse conhecimento incorporado revela a origem social de cada sujeito por exemplo. Ao invés de ficarmos estoicos: aquilo sobre o que não posso ou não quero agir me deixa indiferente. Vivemos em uma sociedade onde comercializamos, mediatizamos e necessitamos de afeto.

Imagem4Vivemos em uma sociedade orgânica, pois, os afetos são atrações e repulsões de emoções partilhadas que definem um Nós coletivo. Vivemos em comunhão de solidões, pois, esta nossa contemporaneidade, a solidaridade e nascente que origina-se de uma união na falta, no vazio.

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O horror social impulsionado pelo pragmatismo econômico, só não esma definitivamente as populações porque, nos subterrâneos do dia-a-dia, reinventamos a vida social. Esta imagem mostra como o homem não pode ser reduzido a lógica do utilitário (sem emoção), pois esse condena todas as manifestações não racionais, afetivas da cultura dos sentimentos.

Educar a Estar juntos.

O papel do Educador é amenizar os efeitos do horror social dando a oportunidade a estas microscópicas experiências cotidianas que fazem parte de todo o organismo social, mas, que garantam a possibilidade de construções sociais capazes de reinventar o querer viver, o conviver, e também garantir um espaço/lugar para a imaginação.

A vida é uma arte em movimento  e como dizia o filósofo Remy de Souza:

«Todo homem plenamente homem deve tender a ser contemporâneo de toda a humanidade, na velha edição de Terêncio, desde os habitantes das cavernas paleolíticas ao futuro povoador das mais longínquas galáxias ».

A vida é uma obra de arte, o que realmente importa são as experiências cotidianas que revelam as ações e reações que se esboçam a realidade. As experiências dão sentido ao termo tão usado que é o termo de solidariedade.

Como educador ou simples cidadão somos funcionários, temos a função de estabelecer elos sociais motivadores de comunhão e comunicação.

Somos seres antropológicos elaborados para viverem tribos, grupos e sociedades. Somos seres orgânicos, por isso, concluímos que somos antes de tudo corpo, tripas…emoções.

Em conectividade constante o ser por natureza é determinante.

O cotidiano é animado de tragédias sociais que nos obstina a valorizar e a manter em ambiente o imperialismo e o individualismo. Na contemporaneidade somos rigidez versus resistência. Uma estética social diferente que ilustra a questão do lugar da existência ao invés da sobrevivência. Esse modelo elitista domestica o ser a se economizar, o impedindo de viver seus afetos em sociedade através da ideia de competência. O indívíduo assim deixa de ser animado para ser domesticado em configurações, onde para se existir temos que transfigurar a tolerância se queremos buscar se integrar ao social através da tolerância.

Novas gerações devem se desfazer aos poucos das doses maciças de etnocentria que causam preconceitos de todas as espécies.

Ludmille Cardoso Gonçalves Wilmot

Mini Currículo de Ludmille:

Doutora em sociologia pela Universidade Paul Valery Monptellier3. Mestre em Sociologia Contemporânea pela Universite de Paris V Rene Descartes. Mestre em antropologia filosofia e sociologia política, Paris VII Denis Diderot. Especialista em filosofia política. Pesquisadora do Centro de Estudo sobre o Atual e o Cotidiano -CEAQ da Universidade Rene Descartes-Sorbonne Paris 5. Coordenadora do grupo de estudos e pesquisas em moda -GEMODE Tradutora,acadêmica, (francês-português) na áreas de Antropologia, filosofia e sociologia geral. Consultora em sociologia da comunicação Consultora em radio difusão sobre tendências comportamentos da sociedade atual. Link para Currículo Lattes Completo: http://lattes.cnpq.br/5803607745588998.