Estratégia financeira das ONGs na retomada da economia e abertura do mercado
15 de dezembro de 2020Autor: Rogério Luiz (Gestor Financeiro do Instituto)
Um dos setores que mais tem sofrido com a persistente crise econômica que o Brasil atravessa são as ONGs (Organizações não Governamentais). Desde pelo menos 2016, houve uma queda brutal de lançamento de editais por parte do setor público para o estabelecimento de parcerias com essas entidades. Ainda que esteja na moda acusar ONGs de malversação de recursos públicos ou de atendimento a interesses estrangeiros, a verdade é que a grande maioria dessas organizações, em suas diversas áreas de atuação, ajudam a transformar vidas reais, principalmente da parcela da sociedade mais carente.
Desse modo, quem mais perde com esse sufocamento das atividades do terceiro setor, que vão dos institutos ambientais à assistência social, passando pela saúde, educação e voluntariado, são os brasileiros mais necessitados, que ficam completamente desassistidos no momento que mais precisam. Isso porque, normalmente, a ação do poder público não consegue ser sentida na ponta, onde as ONGs costumam chegar. Ao buscarem combinar o empreendedorismo típico do setor privado com a finalidade social, de interesse público, as ONGs têm fortalecido, de forma criativa, a busca por soluções para problemas sociais, potencializando a ação do poder público.
Porém, as ONGs não podem depender apenas dos escassos editais lançados pelo setor público. O estabelecimento de parcerias entre empresas privadas e entidades civis sem fins lucrativos também podem contribuir de forma efetiva para a promoção da responsabilidade social. Assim, nesse triste contexto de crise econômica e de negligência estatal, são essas as parcerias que devem ser fortalecidas. Dessa forma, as ONGs precisam garantir auto sustentabilidade por meio de uma aproximação mais estreita com as empresas privadas, reinventando projetos e ações.
(fonte: filantropia.ong)
Trata-se de uma estratégia de sobrevivência. Para continuarem atuando em prol da sociedade, ainda que sem a intermediação do Estado, as ONGs precisam de maior profissionalização e de um uso mais inteligente de recursos disponíveis, como a tecnologia, para diminuir seus custos no fornecimento de serviços para a população, fazendo com que as empresas realizem doações não apenas para descontos em seus impostos de renda, mas, sobretudo, para contribuir de forma efetiva para o desenvolvimento social do Brasil.