Seis instituições da rede socioassistencial de Salvador reuniram-se no 1º Fórum Espaço Social, realizado pelo IRIS no Shopping da Bahia em fevereiro. O encontro permitiu que as atribuições de cada uma das instituições presentes fossem melhor entendidas pelas demais, o que irá aprimorar o processo de encaminhamento das pessoas em situação de vulnerabilidade atendidas pelo projeto Espaço Social.
O projeto, idealizado pelo IRIS e desenvolvido em parceria com alguns shoppings centers brasileiros do Grupo ALLOS, oferece acolhimento, orientação e encaminhamento de pessoas em situação de vulnerabilidade que circulam nesses espaços. Somente em 2024, as Assistentes Sociais que compõem a equipe do Espaço Social realizaram mais de 4.100 abordagens nos três empreendimentos que abrigam o projeto: Shopping da Bahia em Salvador (BA), Manauara Shopping e Amazonas Shopping em Manaus (AM).
Após a abordagem, que consiste na aproximação inicial para entendimento do contexto das pessoas em possível situação de vulnerabilidade que circulam nos centros comerciais, as Assistentes Sociais começam a etapa de mapeamento, onde as pessoas abordadas são convidadas a visitar a sala do projeto a fim de estabelecer vínculo e aprofundar-se nas necessidades individuais e/ou familiares.
A partir da demanda apresentada e caso seja da vontade da pessoa assistida, é feito o encaminhamento para a rede socioassistencial. Para além da resolução imediata de demandas, o projeto atua na mediação e na garantia de direitos sociais.
A transformação social é coletiva
Visto que o ciclo completo de atendimento só acontece na intersecção com os parceiros da rede, o fórum nasceu para identificar lacunas operacionais, fortalecer a interlocução entre equipes e, por consequência, potencializar os impactos do projeto.
“Sem o diálogo e a articulação com a rede, os objetivos do Espaço Social não conseguem ser atingidos em plenitude. O fórum é uma demonstração do papel de elo que ocupamos entre essas populações que precisam de orientação e mediação e as instituições que materializam as políticas públicas”, destacou Lila Lopes, diretora executiva do Instituto IRIS.
A programação do evento foi composta de dois momentos. Nos dias 05 e 06 de fevereiro, o encontro foi voltado para a interlocução interna entre a equipe do IRIS e a equipe de operações do Shopping da Bahia. Já no dia 12 de fevereiro, o evento reuniu representantes da rede socioassistencial de Salvador em duas rodadas de debate, uma em cada turno.
Durante a manhã, participaram a conselheira tutelar Mianga Gavião, coordenadora da Comissão de Articulação dos Conselhos Tutelares de Salvador; as promotoras de justiça Dra. Márcia Sandes e Dra. Maria Eugênia Oliveira, da 7º Promotoria da Infância e da Juventude do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA); a vice-coordenadora regional da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente, Luiza Fidalgo, representando o Ministério Público do Trabalho do Estado da Bahia (MPT-BA); e a promotora de justiça Dra. Ana Rita Nascimento, coordenadora das 2ª e 3ª Promotorias de Justiça de Direitos Humanos de Defesa da Pessoa Idosa e da Pessoa com Deficiência do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA).
Já à tarde, estiveram presentes a defensora pública Dra. Gisele Argolo, da Coordenadoria Especializada da Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, a defensora pública Dra. Laise Carvalho, da Coordenadoria Especializada do Idoso, e a assistente social Thágila Tainá Rodrigues, representantes da Defensoria Pública do Estado da Bahia; além da secretária executiva do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA), Maria Auxiliadora Alves.
O evento proporcionou a troca de conhecimentos, estratégias e boas práticas, visando otimizar os fluxos de encaminhamento e integrar ainda mais as ações do IRIS com as políticas públicas e sociais. Este tipo de articulação é essencial para fortalecer a rede socioassistencial e garantir o acesso das pessoas assistidas aos seus direitos.
“É extrema a importância de termos eventos como esse que tratam das populações invisibilizadas que estão dentro dos shoppings. É necessário que juntos busquemos uma solução de cidadania para todas essas pessoas”, ressaltou a promotora de justiça Dra. Ana Rita Nascimento.
